segunda-feira, 31 de maio de 2010

ESTAMOS ACAMPADOS….

…no Relais de Marrakech.
Deixámos Essaouira com uma certa pena mas o vento violento que se fazia sentir não nos incitou a prolongar a estadia. O PC, embora modesto, é correcto tendo a vantagem de se encontrar perto da cidade e da praia.
A estrada entre Essaouira e Marraquexe encontra-se em trabalhos e é, por isso, bastante dificil de fazer. Está a ser colocada a 4 vias e deverá ser bastante correcta daqui a algum tempo. Lá chegámos ao nosso destino, mais uma vez com um brilhante desempenho do TomTom. Bem empregues os 50 € investidos na carta de Marrocos. Instalámo-nos no Relais de Marrakech e aqui tencionamos ficar alguns dias.
Marraquexe, cidade Imperial que deu o seu nome a Marrocos, tem-se vindo a construir há um milhar de anos. Existem registos de tomadas de poder e de desenvolvimento dos territórios dominados, chegando Marraquexe a ser a capital de um império que se estendia do Atlântico a Alger e do Ebro ao Tafilalt!
Com a governação almoada a cidade ganha em explendor transformando-se numa sede da cultura arabo-andalusa; de notar, que os arábes reinavam aqui e em Sevilha. Este facto leva-nos a comentar um dos monumentos mais simbólicos da cidade, a Koutoubia, cujo minarete rivaliza em beleza com a Giralda (a nós não nos parece, e vamos publicar, em breve, fotos dos dois monumentos para tentar fazer uma votação entre os nossos leitores).
A Koutoubia com os seus 70 metros de altura terá servido de modelo à Giralda, apresentando no entanto uma decoração diferente, com motivos florais e subtis entrelaçados esculpidos. A parte superior da torre é percorrida por um friso de azulejos brancos e turquesa.
Como é sabido a visita do interior das mesquitas é aqui interdita aos não muçulmanos.
Continuando a nossa visita, passámos a porta (almoada) Bab Agnaou e pudemos contemplar do exterior a Mesquita de el-Mansour (o conhecido Almançor da nossa história) para chegar aos Tumulos Sádidas.  Estes testemunham a história da dinastia sádida a qual se aparenta a uma ficção moderna em que assasinios e traições foram uma constante. De uma grande riqueza estes tumulos são de visita obrigatória para quem se desloque a Marraqueche.
Os souks de Marraqueche são, só por si, um mundo à parte. Indiscritiveis, os cheiros, as cores, os sons, o tumulto. Embrenhámo-nos, perdemo-nos, reencontrámo-nos; almoçámos como os marraquexis, peixe frito numa tasca (estava óptimo mas claro faltou o copito, porque sardinhas fritas com Coca Cola, coitadas das sardinhas…e de mim!). Saboreámos a boa pastelaria local, bebemos sumos de laranja como todo o mundo. Enfim, passámos um dia cheio mas extenuante!
Estamos a tentar arranjar coragem para ir à Praça Jemaa El-Fna à noite: não me parece!


sexta-feira, 28 de maio de 2010

AINDA EM ESSAOUIRA

Pelo segundo dia em Essaouira, percorremos as suas ruas e ruelas, as suas praças, os seus souks e as suas muralhas. Deste percurso vos deixamos aqui uma pequena nota fotográfica.
Desejamos bom regresso ao nosso companheiro Manuel Vitorino e à Bia que embarcam hoje para a Europa.

Ainda Essaouira

quinta-feira, 27 de maio de 2010

EM ESSAOUIRA

Deixámos os nossos queridos leitores no dia 24 no Atlantica Parc em Immi Ouaddar. Ali ficámos três dias a preguiçar. Pouco para ver e pouco para contar. A meteorologia não ajudou, pois esteve com frequência nublado, vento e temperaturas um pouco baixas.
Uma informação para eventuais interessados em organizar viagens a Marrocos; Maio e Junho são meses de época baixa para o autocaravanismo. Este facto tem convenientes e inconvenientes. Por exemplo, no Atlantica Parc: eu nem quero imaginar o que será aquele PC com a sua capacidade completa, isto é, com 700 autocaravanas, no minimo 1400 pessoas! Isto acontece normalmente nos meses de Novembro a Março. Nesta nossa estadia estariam cerca de 20 autocaravanas; calma absoluta, casas de banho impecáveis, serviços de apoio aos veículos disponiveis. Por outro lado, serviços anexos tais como restaurante, cyber café, peixaria, massagens, barbeiro/cabeleireiro, jornais, pinturas e outros serviços nas autocaravanas tudo fechado até Julho.
Hoje viajámos para Essaouira o nosso próximo destino previsto. A N 1 segue em grande parte pela costa que é bastante bela. Fizémos uma paragem técnica em Tamri para comprar as célebres bananas locais e alguns outros legumes. Instalámo-nos no nosso destino a meio do dia no PC Sidi Magdoul.
Pela tarde fizémos a nossa primeira visita ao porto de Essaouira de que vos deixamos algumas imagens.

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segunda-feira, 24 de maio de 2010

OS ANÓNIMOS

Graças à função de moderação de comentários podem pura e simplesmente enviar-se para onde eles pertencem os comentários dos anónimos, isto é, para o lixo. No entanto não resisto a publicar, com relevo, o comentário que recebi ao meu post "Um pouco de controvérsia". É do seguinte teor:
Cito:
Oh homem de aquém, você não entendeu o que leu, ou não quis entender?
O problema não é haver uma lei, é aquilo a que a Lei obriga.
Ao contrário das leis aprovadas pelo PSOE. O Projecto do seu querido homem do além, retirava às autocaravanas a liberdade de estacionar legalmente na via pública. Aliás, repare que as alterações propostas pelo PP em Espanha eram bem menos graves do que as propostas pelo seu adorado homem, e mesmo assim o PSOE recusou aceitá-las. É assim tão difícil de entender?
Percebo que esteja apaixonado pelo Nandin, mas não deixe que isso lhe retire a lucidez. Afinal o casamento gay já é permitido... até a bordo de uma autocaravana acampada num parque de campismo.
Fim de citação
Admirem pois caros amigos a finura, a educação, a pertinência dos propósitos. É claro que é anónimo, é claro que é cobarde, é também claro que estou a perder o meu tempo com alarves deste jaez e que poderia ter enviado o comentário direitinho para o lugar que merece.
Mas assim já podem avaliar a categoria de pessoas com que temos de lidar.

Entretanto, as coisas importantes:
Estamos no PC Atlantica Parc já para Norte de Agadir. Decidimos não parar em Agadir pois, infelizmente cidade moderna, reconstruída depois do sismo de 1960, não nos suscitou interesse. Compras no Marjane local e continuação.
Estrada espectacular entre Tafraoute e Agadir embora quase impossível de admirar as paisagens pois muito estreita e à beira de ravinas impressionantes.
Com as nossas desculpas, hoje a única reportagem fotográfica consta de algumas imagens do explêndido Ksar de Tizourgane em Tioulit.
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Ksar de Tizourgane

domingo, 23 de maio de 2010

EM TAFRAOUTE

Deixámos Tiznit com a impressão de que seria um local onde poderíamos permanecer algum tempo. É uma pequena cidade acolhedora. O PC, embora com graves lacunas ao nível da higiene dos sanitários (nem queremos imaginar como será com uma ocupação completa como parece ser o caso no Inverno) tem a vantagem de estar muito bem situado em relação à Medina e aos diferentes souks.
Pela R 104 pelo Kerdous e Tizourhane seguimos em direcção a Tafraout(e) para nos instalarmos no PC Tazka (gosto deste nome!). Esta pequena cidade, aninhada no meio de um circulo de montanhas vale, não por si própria como cidade, mas pelas paisagens que a rodeiam. O adjectivo apropriado é Grandioso!
Sendo a capital da fabricação das babouchas tivemos a oportunidade de ajudar o comércio local, comprando na origem. É oportuno mencionar que calçado deste tipo, de origem chinesa, está a invadir o comércio local e a destruir o verdadeiro artesanato.
Tivémos ainda o privilégio de ser guiados por Mahfoud, na visita à sua Casa Tradicional Berbere, situada em Tazka (mesmo ao lado do nosso PC); com grandes dificuldades vai beneficiando a casa, tentando transformá-la num “turismo de habitação”. Desejamos-lhe muita sorte. Pela mesma ocasião tivemos a oportunidade de presenciar uma preparação de chá berbere. O resultado foi uma deliciosa bebida, á  base de tomilho, que nos encantou.
Fomos acompanhados nesta “cerimónia” por um simpático casal de jovens suiços que aqui terminavam um “trekking” de 5 dias com ínicio em Amtoudi onde já estivémos no passado dia12 de Maio.
Visitámos também uma curiosidade local, a Gazela. Trata-se de arte rupestre, mas como o original é pouco visivel, houve um “chico esperto” que desenhou uma bela e visivel cópia. Muito bom turista chega, fotografa o falso e vai-se embora todo contente (não digam nada, mas ia-me acontecendo a mim!).


Nota: As fotos relativas a esta escala seguem em ficheiro anexo. Deste modo consigo enviar mais documentação fotográfica. O que pensam os nossos leitores?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

EM TIZNIT


Pousámos uns dias em Tiznit.
Esta pequena cidade agrada-nos e a sua Medina encanta-nos. O PC fica num local privilegiado, junto da Bab (Porta) Oulad Jarrar encostado à Medina. Comércios tradicionais ao virar da esquina. Todos os serviços imagináveis para as autocaravanas: estofadores, costureiros de avançados, instaladores de parabólicas e outros painéis solares.
Passear nesta Medina e nos seus souks é um autêntico prazer; os comerciantes estão lá para nos servir e não para nos agredir, impingindo coisas que não queremos comprar. Ainda por cima Tiznit é a cidade dos ourives e é quase impossível não sucumbir aos encantos dos seus artesãos que, em alguns casos, trabalham diante dos nossos olhos (eu fui forçado a sucumbir!). Um encanto, algumas das peças.
De encantar a Grande Mesquita (que infelizmente ameaça ruir devido às chuvas violentas do último Inverno) com o seu minarete de aspecto bárbaro eriçado de varas destinadas “ao repouso das almas na sua ascenção para o céu”.




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quinta-feira, 20 de maio de 2010

INTERVALO - UM POUCO DE CONTROVÉRSIA

Iniciativa do Grupo Socialista a favor do autocaravanismo aprovada por unanimidade em Espanha
No passado dia 12 de Maio, foi aprovada por unanimidade na Comissão de Segurança Viária do Congresso dos Deputados espanhol a iniciativa apresentada pelo Grupo Socialista (GS) a favor do autocaravanismo, reunindo as principais reivindicações do grupo dos utilizadores espanhóis, entre outras, equiparação do limite de velocidade máxima permitida e um convénio de colaboração com a Federação Espanhola de Municípios e Províncias (FEMP). Desde que esta notícia foi conhecida, alguns grupos de autocaravanistas de Portugal têm pedido, sobretudo através de fóruns, que o assunto das autocaravanas seja tratado a níveis semelhantes, que exista una Federação de Associações Autocaravanistas e que haja união no sector com vista a uma defesa de interesses comum.
Na sua exposição em defesa da iniciativa, Ana Chacón, Deputada do Grupo Socialista, recordou os passos dados desde que em 2006 – data em que era Senadora – se aprovou a moção que instava o Governo a apoiar e desenvolver a actividade autocaravanista. Desta moção se viria a derivar a criação de um grupo de trabalho no seio da DGT, o GT-53, responsável pela elaboração de um Manual de Mobilidade em Autocaravana no qual pela primeira vez se coligiram todos os aspectos fundamentais ao bom desenvolvimento da actividade.
Chacón destacou de igual modo, entre outros progressos desde então alcançados, a criação de um bom número de áreas de serviço no país vizinho e o aumento do limite de velocidade deste tipo de veículos.
Da sua proposta fazem parte algumas das principais reivindicações do sector:

• reunir o grupo de trabalho sobre autocaravanas, criado em 2007, para seguimento e avaliação de medidas a favor da actividade autocaravanista em Espanha;
• levar a cabo a necessária adaptação normativa para a equiparação da autocaravana ao automóvel ligeiro, no que se refere à velocidade máxima permitida e restantes normas de circulação;
• propor à Federação Espanhola de Municípios e Províncias um convénio de colaboração em matéria da difusão do Manual de Mobilidade em Autocaravana publicado pela DGT e da aplicação da Instrução 08 V-74;
• propor a colaboração das Comunidades Autónomas nas matérias que afectam o sector, como o meio ambiente e o turismo.
Por sua vez, as principais organizações de utilizadores e empresários do sector valorizaram de forma positiva a aprovação da PNL, considerando que contribuirá para a modernização e adaptação do sector à situação europeia. E qual é a situação em Portugal? Desde que esta notícia foi conhecida, alguns grupos de autocaravanistas têm pedido, sobretudo através de fóruns, que o assunto das autocaravanas seja tratado a níveis semelhantes, que exista una Federação de Associações Autocaravanistas e que haja união no sector com vista a uma defesa de interesses comum.

Uma iniciativa deste género seria inimaginável em Portugal. Aqueles autocaravanistas que preferem exercer a actividade sem lei não o permitiriam. Principalmente se a iniciativa tivesse origem no, como eles dizem, homem "do Além".
Professor Doutor Nandim de Carvalho eu sei que você não é capaz disso porque luta pelos ideais em que acredita, mas: pare, por um momento de ter iniciativas em prol do autocaravanismo! Tudo o que fizer será vilipendiado por aquele bendito grupo, independentemente do que seja. Eu sei! Não é capaz! Pois continue, bem haja! E a caravana passa!

terça-feira, 18 de maio de 2010

SIDI IFNI - AS FOTOS




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EM SIDI IFNI

A 16 de Maio iniciámos a nossa subida para o Norte. Fizémos uma primeira etapa em El Ouatia, pernoitando desta vez no PC Les Sables d’Or. O PC fica sobre a praia e indo até lá de passeio constatámos nas rochas uma quantidade enorme de burriés; logo ali fizemos a nossa colheita e garanto-vos que bem tratadinhos ficaram excelentes. Suponho que os locais não devem apreciar aquele molusco senão ele não se passearia por ali com tal profusão. Passada a noite continuámos por TanTan. Constatámos que no local onde nos deixámos tolamente multar por não ter respeitado um sinal stop, este efectivamente não existe; constatámos também que os mesmos dois policias continuavam lá, escondidos atrás de um painel. Caça à multa para europeus parvos e distraidos. A seguir passagem por Guelmin e direcção Sidi Ifni pela N12. Paràmos em Mesti na Cooperativa de produção de oleo de argan Tafayoutch; esta não se encontrava em laboração mas pudemos adquirir alguns dos seus produtos para experimentar.
Chegada, finalmente, a Sidi Ifni onde nos instalámos no PC El Barco. Este encontra-se á beira da praia mas estamos sem sorte pois está um nevoeiro bastante cerrado e muita humidade, chegando a chuviscar.
Esta pequena cidade, outrora um enclave costeiro espanhol conserva um estilo colonial em alguns edificios como o antigo Consulado Espanhol e a igreja hispano-berbere Art Déco, hoje transformada em tribunal.
Do mesmo modo o local onde se efectua o mercado conserva as reminiscências do antigo colonizador. Ali lançámos a rede de pesca que nos trouxe dois belos linguados, dois salmonetes, um robalo e um bonito (transformado em dois explendidos filetes) tudo isto pelo preço que podem descobrir se consultarem a parte fotográfica deste relato.
Como já sabiamos da consulta dos diferentes foruns, esta á a época baixa do autocaravanismo por estes lados. Por um lado agrada-nos pois não existem os inconvenientes dos aglomerados de AC, por outro é um pouco triste pois não existe convivência (em muitos dos PC onde estivemos somos os únicos clientes), muitos serviços não funcionam e alguns proprietários aproveitam para fazer obras o que faz com que pareçam mais estaleiros que PC.

sábado, 15 de maio de 2010

VIAGEM ZAGORA-TATA




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EM BOUDJOUR II




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EM BOUJDOUR




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EL OUATIA-BOUJDOUR




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ESTAMOS EM BOUJDOUR

Sim estamos em Boujdour! Não vos recorda nada? Pois, o Cabo Bojador. Viemos pôr um joelho em terra em memória dos nossos maiores que o dobraram “para além da dor” nos tempos em que Portugal dava novos mundos ao mundo.
Que enorme contraste com o lugar que ocupamos no mundo actual! Que abissal contraste com as “tristes figuras” que neste momento nos governam!
Nesta pequena cidade costeira de Marrocos existe, na praça principal, em lugar de honra, uma reprodução do padrão que em tempos foi aqui deixado; foi-lhe extirpada a cruz (estamos em terras muçulmanas), mas o resto lá está, as quinas, os castelos, as armas de Aviz. Olhámo-lo com emoção, perguntámos a várias pessoas se sabiam o que significava aquele pequeno monumento a que as autoridades locais deram um lugar tão importante, ninguém sabe.
Metemos conversa com alguns jovens estudantes que por ali deambulavam e com os quais conseguimos falar numa mistura de francês e espanhol e também nada sabiam. Os seus conhecimentos sobre Portugal, resumiam-se a “Cristiano Ronaldo” e até encontrámos um que disse ser do Sporting de Lisboa (há gente para tudo!). Enfim, tentámos explicar-lhes o significado daquele padrão. Pareceram ter apreciado a explicação.
O Guia Verde da Michelin indica que Boujdour seria “uma cidade costeira criada à volta de um farol construído pelos Portugueses”. Nós cremos que o que os portugueses deixaram terá sido um padrão. Este (uma reprodução?) encontra-se exposto com uma certa dignidade perto de um farol de que não conseguimos averiguar a data de construção mas que cremos ser da época de dominação espanhola.
Pois Boujdour é uma pequena cidade costeira, como já dissemos. O parque de campismo em que nos instalámos é do melhor já encontrado em Marrocos. Completamente vazio, não existem muitos autocaravanistas por estes lados nesta época do ano. A 200 metros da praia e a outro tanto do centro, tem uma localização óptima. Único senão, o vento (nortada) que sopra de forte a muito forte, sem interrupção. Parece que é assim há mais de dois meses.
Para fazer funcionar o comércio local decidimos almoçar num restaurante com uma fachada mais ou menos pomposa que indicava “Fruits de Mer”. Instalámo-nos, certamente à vontade sendo os únicos clientes. Enquanto esperávamos pela refeição pedida, Corvina grelhada pois Fruits de Mer não havia, assistimos ao espectáculo hilariante do gato da casa que tentava beber água nos jarros colocados em cima das mesas. Tinha sede o animal! Chegou entretanto a nossa refeição que tentámos disputar às inúmeras moscas presentes no local. Não o tendo conseguido, aproveitámos uma distracção do empregado deixámos o valor da conta em cima da mesa e fugimos, abandonando cobardemente a nossa comida às moscas e ao gato.
Mas recapitulemos.
A 14 de Maio deixámos El Ouatia (não sem fotografar o monumento chamado localmente “Les Sardines”) e tomámos a N 1 que segue para Sul em direcção à Mauritania e por aí abaixo até ao Cabo da Boa Esperança. Passámos por Sidi Akhfenir, Tarfaya, Tah, Dawra e Laâyoune onde fizemos escala para almoço. Perto de Tarfaya encontrámos dois ciclistas; por solidariedade europeia parámos para perguntar se necessitavam de alguma coisa. Que não que estava tudo bem, que eram alemães, que vinham DE BERLIM E SEGUIAM EM DIRECÇÃO AO SENEGAL!!!!!! Ficámos tão estupefactos que nos esquecemos de perguntar outros detalhes; depois de os abastecermos em bebidas frescas e de fazermos umas fotos continuámos o nosso caminho pensando nas “toneladas” de coisas inúteis que transportamos para fazer uma viagem muito mais pequena.
De Laâyoune para o Sul a viagem tornou-se um pouco mais complicada. O Sahara está à nossa esquerda (e, por vezes, dos dois lados) e o vento constante e violento faz com que grandes quantidades de areia atravessem a estrada e por vezes se acumulem. Já dá para ter um pouquinho da percepção do que é o deserto.
Cruzámos uma estrutura que é uma curiosidade: um tapete transportador que traz fosfatos de uma mina do interior para embarcar no porto de El Marsa, percorrendo mais de 100 quilómetros.
Passámos por porções da costa que se tornaram todas brancas, pois o mar ao retirar-se e devido à forte evaporação, deixa enormes quantidades de sal.
Chegámos finalmente a Boujdour, decidindo interromper aqui a descida para o Sul. A intenção de ir a Dakhla (ex Villa Cisneros) é contrariada pelas condições atmosféricas e não queremos tentar a sorte. Vamos iniciar a nossa lenta subida pela costa que deverá terminar, lá para fins de Junho, em Sebta, Algeciras e Azeitão.
Inch’ Allah:

quinta-feira, 13 de maio de 2010

AMTOUDI




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EM ZAGORA




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EM EL OUATIA

Como talvez suspeitem temos estado em jejum de Internet. Hoje, 13 de Maio, fizemos a ligação entre Amtoudi e El Ouatia. Decidimos assim ir ao Grande Sul, atá Dakhla, pois não estamos certos de quando voltaremos a Marrocos e, sentimentalmente, não queremos deixar de visitar por terra alguns locais que vimos do mar quando em actividades de pesca por estas zonas, há muito, muito tempo. O jantar em Amtoudi correu muito bem, principalmente porque fizemos alguns contactos com algumas pessoas presentes, que enriqueceram a viagem.
À passagem por Tantan tivemos que pagar "portagem": existe um sinal de Stop à entrada duma rotunda, no local mais estúpido que se possa imaginar. Como os policias sabem disso, não o vi, mas eles viram-me. Foi uma "portagem" de 400 DH; julgo que os policias estavam `a espera que eu entrasse em "negociações" mas não o fiz. Paguei, exigi o respectivo recibo e continuei na minha vida. O prazer que retiro da visita de Marrocos merece bem o pagamento desta contribuição. De resto, e até agora, as autoridades têm sido da máxima correcção e quando nos mandam parar é mais por curiosidade e para estabelecer algum diálogo que outra coisa.
Estamos pois no Camping Atlantic, em frente da praia, a vida é bela e vamos sair para visitar a cidade, ver o porto de pesca (deformação profissional) e a praia.
Logo mais, tentarei ver se passam algumas fotos porque o material de Amtoudi é de cortar a respiração!
Segue um resumo dos dias anteriores.
10 DE MAIO
Saímos do Camping Municipal de Ouarzazate que nos deixou uma boa impressão geral. Uma nota ridicula. Na ânsia de bem fazer os responsáveis pelo Camping colocaram azulejos e mosaicos novos nas cabinas de duche; acontece que o material escolhido, depois de molhado e ensaboado é extremamente escorregadio. Ao meu primeiro duche no local, sofri uma queda aparatosa, batendo com a cabeça numa esquina da parede. A coisa soldou-se por um grande “galo” e uma pequena dor de cabeça mas podia ter sido muito pior.
Fizémos uma escala no supermercado Dimitri para repôr alguns artigos alimentares europeus. Partimos depois em direcção ao Sul, por Agdz (paragem para comprar legumes no souk local) e pelo belo vale do Draa chegámos a Zagora que atravessámos para nos ir instalar no camping L’Oasis Palmier. O camping encontra-se efectivamente num local privilegiado  e deveria ser muito agradável se não se tivesse levantado uma tempestade de areia que nos deixou a nós e à AC num estado deplorável. Ausência completa de ligação Internet. 
11 DE MAIO 
Tendo tido noticia que mais para Sul, na zona de Mhamid, existiam ventos fortes com as consequentes tempestades de areia, decidimos não continuar nessa direcção, tendo tomado o caminho inverso para Tata. As R108 e R111 atravessam paisagens muito belas mas são efectivamente bastante dificeis tanto para o veículo como para o condutor. Mas lá as fizémos sem percalços, chegando ao camping municipal de Tata de que tinhamos muito boas referências pelo Guia e onde contávamos permanecer algum tempo.
Forte desilusão. O equipamento encontra-se em estado de semi abandono; as casas de banho num estado indiscritivel (mesmo para Marrocos) não estando presentes os duches e mesmo algumas torneiras. O local de despejos está abaixo de qualquer classificação!
É pena, porque a cidade em si é encantadora; e como é bom poder passear no souk local sem ser importunado por vendedores de artigos que não pretendemos comprar, encontrando ao mesmo tempo vendedores atenciosos quando se pretende fazer alguma compra. No nosso caso adquirimos o equipamento completo do perfeito fazedor de chá de hortelã: bule, copos, chá verde da china e hortelã. Já experimentámos e ainda faltam algumas afinações para ficar igual ao que se toma por aqui.
Pois é, senhor “maire” de Tata: a sua cidade é muito simpática só é pena que tenha deixado cair o seu camping de que existiam tão boas referências.
Por outro lado encontrámos o nosso primeiro companheiro do Forum “Le Maroc en CC”: tratou-se da equipagem “OTHEY24”. Com o simpático casal Vattier abrimos uma das nossas garrafas de espumante Monsaraz que em nada se envergonha na comparação com muitos champanhes franceses. Momento bem passado. 
12 DE MAIO 
Dadas as condições do camping partimos pela manhã, abandonando com pena esta simpática cidade. Pela desértica (e estreita) N 12, por Akka, Touzounine, Icht, chegámos ao desvio para Amtoudi. Com algumas porções destruídas pelas ultimas cheias, tendo que se utilizar desvios por pistas que deixaram os cabelos em pé ao vosso servidor, chegámos a Amtoudi (fim da estrada!). Valeu a pena o desvio: o Agadir de Id-Aïssa, encontra-se em bastante bom estado. É considerado um dos mais belos de Marrocos. A ascenção é dura, a descida não é fácil mas a recompensa é grande. Tentaremos dar-vos uma noção com algumas fotografias.
Este género de construção serviu no seu tempo para as populações do vale guardarem os seus alimentos e bens mais preciosos ao abrigo das pilhagens. O estado de conservação das construções é notável. As paisagens são magnificas. O vento sopra com furor: “Até a barraca abana!” como diria o outro. Vamos jantar uma tagine de cabrito no restaurante local. No próximo capítulo daremos as nossas impressões.