sexta-feira, 23 de março de 2012

O ASSOCIATIVISMO NO AUTOCARAVANISMO (2)


Embora correndo o risco de vir a ser atacado em várias frentes vou reincidir no acto de tornar públicas as minhas reflexões, preocupações e anseios em relação com o momento actual do associativismo no autocaravanismo neste nosso pequeno meio.
O maior e creio que mais antigo Clube de Autocaravanismo existente em Portugal é o CPA. Sendo muito “fresco” na actividade logo nele me inscrevi pois me parecia, na altura, o local certo para estar. Levei pouco tempo a concluir que o “clima” não era ali o mais compatível com os meus anseios e assisti confrangido a uma AG em que a Direcção cessante, atacada por todos os lados, se recusava a continuar, onde se correu o risco da não continuidade do Clube e em que um sócio acabado de se filiar (provavelmente para o efeito) se apresentou como salvador e tomou as rédeas da Direcção.  A partir desse momento, embora continuando a pagar escrupulosamente as minhas quotas, auto exclui-me de todas as actividades, na expectativa que venham dias melhores, porque continuo a considerar que o o CPA é indispensável ao autocaravanismo nacional.
Dado que o CPA insiste em se manter associado a uma Federação que nada tem a ver com autocaravanismo, não se vislumbrando a razão da teimosia na persistência dessa filiação, alguns pequenos clubes, insatisfeitos com a situação, tomaram o risco de criar uma estrutura  para defender os seus verdadeiros interesses. Assim, no dia 16 de Julho de 2011, o CAI, o CAS e o CGA reuniram-se em AG para eleger os Corpos Sociais da recém criada FPA – Federação Portuguesa de Autocaravanismo.
Foi com alegria que muitos companheiros (entre os quais me incluo) viram “nascer o bebé”. O sonho, todavia, não durou um ano!
Ao dia de hoje quase metade dos corpos gerentes da Federação demitiram-se e um dos Clubes saiu. Mas, o que é pior, clubes que antes eram amigos, em que sócios e corpos gerentes se juntavam em eventos ou em simples passeios, enfrentam-se agora com um antagonismo exacerbado. Até parece que a finalidade da criação desta Federação foi a de destruir a união que existia entre os Clubes que a constituíram. Se era esse o fim foi amplamente conseguido!
Pessoalmente, sou bastante afectado pela situação a que a criação desta Federação conduziu os Clubes. Sendo sócio de dois deles, sempre os considerei “clubes de amigos”, como alguém os intitulou há tempos de modo depreciativo. Tenho (ou tinha?) bons amigos nos dois clubes e com eles me sentia muito bem. Constato, no entanto, que as Direcções dos Clubes os pessoalizaram de uma maneira que faz com que qualquer opinião de um sócio, que não siga o pensamento da Direcção ou conteste alguma das suas decisões, é imediatamente tomada como uma “agressão” e esse sócio considerado “persona non grata”. Já me aconteceu e não estou livre de que me torne a acontecer.
Mas, como sou persistente nas minhas opiniões, vou continuar a ser igual a mim mesmo e, se um dia considerar que estou a mais em Clubes, deixarei de lado o associativismo para continuar a ser, só, autocaravanista.

1 comentário:

  1. Companheiro Vitor
    É por esses motivos que sendo autocaravanista desde 2001, nunca senti necessidade de me filiar em nenhum clube, pois não vejo pelo menos até hoje, qualquer benefício em sê-lo. Por norma pernoito sempre, ou quase, em parques de campismo e também não vejo a necessidade de ter a carta campista.
    Um abraço do vizinho

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