Embora correndo o risco de vir a ser atacado em várias frentes vou
reincidir no acto de tornar públicas as minhas reflexões, preocupações e
anseios em relação com o momento actual do associativismo no autocaravanismo
neste nosso pequeno meio.
O maior e creio que mais antigo Clube de Autocaravanismo existente
em Portugal é o CPA. Sendo muito “fresco” na actividade logo nele me inscrevi
pois me parecia, na altura, o local certo para estar. Levei pouco tempo a
concluir que o “clima” não era ali o mais compatível com os meus anseios e
assisti confrangido a uma AG em que a Direcção cessante, atacada por todos os
lados, se recusava a continuar, onde se correu o risco da não continuidade do
Clube e em que um sócio acabado de se filiar (provavelmente para o efeito) se
apresentou como salvador e tomou as rédeas da Direcção. A partir desse momento, embora continuando a
pagar escrupulosamente as minhas quotas, auto exclui-me de todas as
actividades, na expectativa que venham dias melhores, porque continuo a
considerar que o o CPA é indispensável ao autocaravanismo nacional.
Dado que o CPA insiste em se manter associado a uma Federação que
nada tem a ver com autocaravanismo, não se vislumbrando a razão da teimosia na
persistência dessa filiação, alguns pequenos clubes, insatisfeitos com a
situação, tomaram o risco de criar uma estrutura para defender os seus verdadeiros interesses.
Assim, no dia 16 de Julho de 2011, o CAI, o CAS e o CGA reuniram-se em AG para
eleger os Corpos Sociais da recém criada FPA – Federação Portuguesa de
Autocaravanismo.
Foi com alegria que muitos companheiros (entre os quais me incluo)
viram “nascer o bebé”. O sonho, todavia, não durou um ano!
Ao dia de hoje quase metade dos corpos gerentes da Federação
demitiram-se e um dos Clubes saiu. Mas, o que é pior, clubes que antes eram
amigos, em que sócios e corpos gerentes se juntavam em eventos ou em simples
passeios, enfrentam-se agora com um antagonismo exacerbado. Até parece que a
finalidade da criação desta Federação foi a de destruir a união que existia
entre os Clubes que a constituíram. Se era esse o fim foi amplamente
conseguido!
Pessoalmente, sou bastante afectado pela situação a que a criação
desta Federação conduziu os Clubes. Sendo sócio de dois deles, sempre os
considerei “clubes de amigos”, como alguém os intitulou há tempos de modo
depreciativo. Tenho (ou tinha?) bons amigos nos dois clubes e com eles me
sentia muito bem. Constato, no entanto, que as Direcções dos Clubes os
pessoalizaram de uma maneira que faz com que qualquer opinião de um sócio, que
não siga o pensamento da Direcção ou conteste alguma das suas decisões, é
imediatamente tomada como uma “agressão” e esse sócio considerado “persona non
grata”. Já me aconteceu e não estou livre de que me torne a acontecer.
Mas, como sou persistente nas minhas opiniões, vou continuar a ser
igual a mim mesmo e, se um dia considerar que estou a mais em Clubes, deixarei
de lado o associativismo para continuar a ser, só, autocaravanista.
Companheiro Vitor
ResponderEliminarÉ por esses motivos que sendo autocaravanista desde 2001, nunca senti necessidade de me filiar em nenhum clube, pois não vejo pelo menos até hoje, qualquer benefício em sê-lo. Por norma pernoito sempre, ou quase, em parques de campismo e também não vejo a necessidade de ter a carta campista.
Um abraço do vizinho