quarta-feira, 9 de junho de 2010

MAZAGÃO – EL JADIDA

Na costa atlântica de Marrocos, a uma centena de quilómetros a sul de Casablanca, junto à foz do rio que banha a vila de Azamor (ocupada pelos portugueses em 1513), num esporão rochoso que avança pela praia até ao mar, chamado pelos berberes Mazighan, os irmãos Diogo e Francisco de Arruda construiram em 1514 um fortim em pedra para defesa da barra. Constituia essencialmente um ponto de apoio a Azamor, controlando a vasta baía que alguns consideravam o melhor porto do mundo.
Entretanto os reis de Marraquexe e Fès começaram a armar-se, principalmente em artilharia, com vista a sacudir a permanência dos estrangeiros. D. João III decidiu-se pelo abandono das várias praças sob o nosso dominio com excepção de Ceuta e Tânger e principalmente pelo estabelecimento e fortalecimento da implantação em Mazagão. O Mestre-pedreiro português, João de Castilho, que se encontrava a erguer o Convento de Cristo, foi mandado para Marrocos com 1500 operários recrutados em Tomar e Évora para dar inicio aos trabalhos. Iniciados a 1 de Agosto de 1541, trabalhando dia e noite, à luz de tochas, em Agosto de 1542 Castilho completava o fosso e muralha e no mês seguinte os baluartes. Em Outubro regressava com a satisfação do dever cumprido à sua obra de Tomar.
A fortaleza era um prodigio da arquitectura militar. Base invencível só foi evacuada por ordens do Marquês de Pombal em 1769, depois de um longo cerco da armada marroquina.
Hoje a “Cité Portugaise” é o bairro popular central da cidade marroquina de El Jadida. É uma das grandes atracções turisticas de Marrocos pelo insólito das ruinas (aqui foi filmado o Othello de Orson Welles). Vale a pena perdermo-nos nas suas ruas, percorrer o circuito da espessa muralha, determo-nos em cada baluarte. Especialmente notável a Cisterna, centro geométrico e simbólico da vila. Cubo oco de pedraria de 25 grossas colunas e pilares toscanos, com capacidade para milhares de pipas de água potável é fechado em cima por um terraço com um bocal de pedra.
Local mágico tentamos trazê-lo até vós por uma série de fotografias experimentais com ou sem flash de que gostamos muito.

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