Madrid não é grande novidade para ninguém mas, mesmo assim,
aqui vimos deixar as nossas impressões sobre a visita a esta cidade.
Saídos
de Azeitão no dia 9 de Abril de manhãzinha, depois de 614 quilómetros sem
histórias mas com uma paragem para almoço num qualquer parque de
estacionamento, estávamos no Camping
Arco Iris nos arredores de Madrid.
Primeira
nota informativa: para permanecer em Madrid não existem, que eu saiba, parques
de estacionamento seguros ou AS para autocaravanas. Existem três Parques de
Campismo: o Osuna, dentro da cidade, o Alpha (nos arredores imediatos) e o Arco
Iris em Villaviciosa de Odon. Consultando a Internet obtivémos comentários tão
desfavoráveis aos dois primeiros que optámos pelo terceiro embora sendo aquele
que se encontrava mais longe do centro.
Aqui
deixamos o apelo para que algum companheiro que já tenha utilizado o Osuna ou o
Alpha nos deixe as suas impressões.
O
Parque de Campismo Arco Iris custou-nos 16 €/ dia (com cartão ACSI); os locais
de parqueamento são correctos, água e despejos nas proximidades, energia
eléctrica (6 Amp), os sanitários são modernos e bem cuidados. Internet Wi-Fi a
15 € por uma semana. Transportes públicos com partida e chegada à porta do
camping a +/- 45 minutos do centro da cidade. A AS para AC é primária e de
dificil utilização pelo que mais vale utilizar os despejos junto dos
parqueamentos a balde ou com depósito. Para as quimicas o despejo é correcto e
junto dos sanitários.
Primeiros
investimentos para uma correcta utilização do que Madrid tem para oferecer aos
turistas que nós somos: aquisição de um cartão
de transportes (metro, tram e autocarros) com validade para 7 dias a 50
€/pax e mais um cartão de acesso a museus e outros locais turisticos (Madrid Card) com validade de 5 dias por
69 €/pax (parece caro mas comparando com o preço das entradas individuais nos
diversos museus e atracções, vale largamente a pena).
Como
qualquer grande cidade Madrid tem uma enorme oferta turistica e cultural, logo,
há que fazer escolhas. Depois de uma primeira visita ao Turismo na Plaza Mayor,
que já por si só é notável,
decidimo-nos
pela visita ao Palácio Real não sem antes ir prestar homenagem a D. Quixote e
ao seu companheiro Sancho na Plaza de España.
Ainda
Madrid não era capital de Espanha, o emir Mohamed I mandou construir em Magerit
um alcácer para defender Toledo do avanço dos cristãos. Essa construção foi
pontualmente utilizada pelos soberanos de Castela até que no século XIV se
transformou no que ficará conhecido pelo Alcácer
Velho. Carlos I e o seu filho Filipe II converteram a fortaleza em
residência permanente dos monarcas. No ano de 1734 um incêndio arrasou o edifício e sobre os restos Filipe V mandou construir o palácio actual.
O
edificio inspira-se nos esboços realizados por Bernini para a construção do
Louvre. De destacar a Escadaria Principal, o Salão do Trono (com um tecto
pintado por Tiepolo), o Salão dos Alabardeiros, a Capela Real (anexa à qual se
encontra uma colecção de instrumentos elaborados pelo mítico Stradivarius, que
ainda hoje são utilizados por grandes concertistas), a Real Armeria onde se
admira uma soberba colecção de armaduras e armas antigas, a Real Farmácia e a
imprescindível galeria de pintura.
Continuámos visitando a Catedral de Santa Maria la Real de la Almudena
Edifício de traça moderna, inaugurada em 1911 e profundamente remodelada em 1944 foi consagrada em 1993 por João Paulo II.Nos seus luminosos interiores atraem a vista os tectos policromos.
Alberga a venerada imagem da Virgem de Almudena cuja tradição remonta a 1085.
O segundo dia de visita não poderia ter um melhor começo: a Fundação Caja Madrid propunha uma exposição temporária dedicada a Chagall. Por lá passámos duas boas horas re-visitando a obra deste singular artista.
Como é óbvio não houve captação de imagem pois neste museu como aliás na maioria dos museus de Espanha não são bem-vindas as máquinas fotográficas.
Tendo reservado lugar numa visita pedonal guiada intitulada Madrid Imprescindible lá partimos da Plaza Mayor, passando nas imediações do Palácio Real, cruzando o viaduto para descobrir as origens de Madrid. Percorremos os vestigios da época medieval através da Plaza de la Paja, Plaza de San Andrés, Costanilla de San Pedro e Calle del Cordón para terminar o percurso na Plaza de la Villa.
Aprendemos o porquê da inexistência de monumentos românicos em Madrid, o estilo mouro das igrejas existentes e também o da sua escassez. Não vos vamos contar. Venham descobrir.
Quase no fim do dia fomos brindados com o render da guarda do Palácio Real.
Começámos o terceiro dia a admirar o Jardim na Parede no Centro Cultural e de Exposições CaixaForum.
Daí mergulhámos no Museu do Prado
donde só saímos ao fim do dia e por exaustão física. É indescritível, só vendo.
A não perder, absolutamente, as obras destes dois Senhores:
O fim do dia ainda permitiu admirar um pouco do Paseo del Prado e da Fonte de Neptuno.
Para aligeirar um pouco os neurónios começámos o quarto dia visitando o Museu de Cera onde encontrámos algumas figuras:
também certos figurões:
e encontrámos alguns "amigos":
Descendo o Paseo del Arte, admirámos o Palácio de Cibeles e a magnifica fonte com o mesmo nome
e a imponente fachada do Banco de Espanha.
Entrámos em seguida no Museu Thyssen-Bornemisza, instituição particular, onde se expõe uma das melhores colecções privadas de pintura do mundo. Por aí permanecemos até o físico aguentar. Conseguimos apreciar cerca de metade do que há para ver.
Quinto e último dia dedicado a visitas culturais ou turísticas (o físico já mal aguenta e a cabeça já está a transbordar de tanta arte).
O nosso amor pela Festa Brava levou-nos a visitar a Plaza Monumental de las Ventas del Espiritu Santo. Bela visita guiada por alguém conhecedor da "arte". É preciso gostar mas, para quem goste, é a não perder. Os que não gostem estão no seu direito mas não chateiem.
A viagem continua!
Post scriptum (não escrevo PS para não pensarem que é outra coisa): Como talvez tenham reparado não escrevo segundo as regras do Aborto Ortográfico. A minha mãezinha com a Cartilha Maternal de João de Deus e a Dona Lucinda da Escola Primária A Voz do Operário não andaram a perder o seu tempo para eu agora começar a escrever o brasileiro de Portugal (antigamente só existia o português do Brasil, de que eu por acaso até gosto e a que chamo Português com açúcar), Mas cada macaco no seu galho!
Companheiro Vitor
ResponderEliminarRespondendo ao seu apelo, já fiquei por várias vezes no Osuna mas apenas por uma ou duas noites e realmente posso confirmar que deixa muito a desejar. É pequeno e com ruas e alvéolos apertados o que dificulta as manobras a quem tiver ACs de maiores dimensões. Quanto a sanitários e duches podiam e deviam ser melhorados. Tem a vantagem de estar dentro da cidade e com uma estação de metro a poucos minutos. Conclusão: é mesmo só para desenrascar. Quanto ao Arco Iris já lá fiquei por duas vezes, apenas para pernoitar e é francamente melhor.
Quanto à ortografia estamos completamente em sintonia.
Um abraço
Concordamos só que o corretor automático já atualizou-se .."Aborto Ortográfico. A minha mãezinha com a Cartilha Maternal de João de Deus e a Dona Lucinda da Escola Primária A Voz do Operário não andaram a perder o seu tempo para eu agora começar a escrever o brasileiro de Portugal (antigamente só existia o português do Brasil, de que eu por acaso até gosto e a que chamo Português com açúcar), Mas cada macaco no seu galho!" É um deleite este teu relato!
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