Depois da visita à Mesquita Hassan II dirigimo-nos a Mohammédia para nos instalarmos no camping “L’Ocean Bleu”. Acolhimento muito simpático dos proprietários e camping correcto, instalado num excelente local. Apenas as instalações sanitárias mereceriam mais atenção.
A meteorologia não colaborou connosco ao longo de toda esta viagem e aqui não foi excepção: chuva, ventos violentos, vida no interior da AC. Mesmo os locais nos confirmaram que há muito tempo não conheciam um tempo assim. Decidimos abreviar a viagem e, no dia 11 saímos em direcção ao Marjane de Tetouan para as últimas compras em solo marroquino. Almoçámos, fizémos as compras e dirigimo-nos à fronteira com intenção de passar para a Europa.
Ao chegarmos à fronteira marroquina deparámos com os habituais indivíduos que tentam “ajudar” os turistas europeus a atravessar a fronteira. Como estávamos de posse dos impressos necessários e sabiamos os procedimentos a fazer declinámos a “ajuda”. Reparámos que um dos individuos, civil mas portador de um “badge”, descontente com a nossa recusa fez um sinal aos funcionários da alfandega. Depois de nos despacharmos da policia, carimbados que foram os passaportes, dirigimo-nos para a alfandega e aí começou o “circo” que iria durar uma boa hora e meia.
Revista completa da AC, saída de todo o recheio do porta bagagem, das roupas, etc, imaginem depois de uma viagem de quase dois meses! Abertura do tanque de água, das baterias, etc. O mais enervante é que toda esta acção decorreu não com a intenção de encontrar fosse o que fosse mas com a intenção de vexar. Chegámos a recear sofrer o “golpe” da introdução pelos “revistadores” de algum “artigo” para “rentabilizar” a operação. Nem da revista corporal escapámos. Foi trazido um cão para farejar, o qual depois de muita insistência do “pica-chouriços”, não conseguiu farejar nada o pobre bicho. Muitos de vós não nos conhecem mas posso assegurar-vos que nem eu nem a minha parceira temos aspecto de passadores ou consumidores de droga. Terroristas1? Talvez naquele momento com vontade de rebentar com toda aquela merda e todos aqueles corruptos!
No fim do “espectáculo”, nem um pedido de desculpas!
Fizémos um circuito de quase dois meses em Marrocos e em nenhum momento tivémos qualquer sensação de receio ou insegurança com excepção dos penosos momentos passados na fronteira marroquina de Sebta (Ceuta).
Dado que fazemos parte do fórum Le Maroc en Camping Car já ali publicámos um desabafo para alertarmos os nosso companheiros franceses. Vamos também levar esta situação ao conhecimento da Embaixada de Marrocos em Portugal e ás autoridades do turismo marroquinas.
Guardaremos para outro post a publicação de outros detalhes técnicos sobre a viagem para os eventuais interessados.
Reentrámos em território europeu no dia 11 de Junho de 2010 pelas 2030 horas e fomo-nos instalar no camping La Rosaleda em Conil de la Frontera.
Carissimos amigos
ResponderEliminarNão é supreendente o vosso relato!
O pior de Marrocos são precisamente as fronteiras de entrada e de saida e nesta situação mesmo viajando em grupo ( o que atenua os passadores) ha sempre contratempos.
Por duas vezes em raids todo o terreno que fiz a Marrocos, os regressos embora em grupo foram sempre demorados e com souvenires de ultima hora desde tee shirts a comida...bolachas etc...
Era de facto indispensavel que a nivel de Turismo Marroquino em Lisboa e da sua embaixada se recebessem protestos multiplos para se aperceberem que os relatos destas dificuldades afastam turistas e divisas de Marrocos...
Ainda bem que todo o resto foi o melhor possivel!
abraçao ao casal e festas no swing!
Eu, por mim, já fiz a minha "obrigação"; apresentei um protesto formal na embaixada de Marrocos em Lisboa.
ResponderEliminarRevendo mentalmente a situação e a actuação dos funcionários da alfandega, foi notória a vontade de "vexar" e a ineficácia em termos de verdadeira busca do que quer que fosse.
Gostei, na sua grande parte, do povo marroquino; muito menos das autoridades que infelizmente os governam.
Atá 26!
Estou boquiaberto...
ResponderEliminarPor essas e por outras, opto sempre pela opção de Tânger. Tudo intra-muros... não existe a confusão aparvalhada de Sebta...
Nunca me fizeram tal, os mais exigentes tem sido os espanhóis em Algeciras.
O meu abraço e parabéns pelo interessante périplo.