terça-feira, 15 de junho de 2010

O autocaravanismo em Portugal

Ainda não regressei a Portugal mas já me deparei com factos de pasmar. 
Nos tempos que vão correndo, com o lóbi dos proprietários dos parques de campismo a empurrarem os autarcas algarvios a fazer, mal feita, uma acção que já deveriam ter feito à muito, bem feita, a Direcção do CPA não achou nada melhor do que convidar para "uma sardinhada num parque de campismo". 
Mas atenção, convite apenas reservado aos sócios, não vá aparecer algum contestatário para estragar a salada de pimentos que por certo acompanhará as sardinhas. Só não se sabe se a dita actividade é reservada aos sócios com as quotas em dia ou se pode ir a grande maioria.
Sobre a matéria algarvia publiquei nos fóruns o texto seguinte. É certamente discutível mas é isso que eu penso:
"Quanto ao que se está a desenrolar no Algarve: era previsível que mais dia menos dia aquelas autarquias teriam que tomar uma posição pois era uma autêntica vergonha o que ali se andava a passar.
Os comportamentos de certos senhores que se deslocam em autocaravana (neste caso maioritariamente estrangeiros) vai a pouco e pouco fazer com que todos sejamos escorraçados.
Por exemplo, cada vez é menos possível encontrar um lugar para pernoitar na AS de Castro Marim: incrustam-se lá dias a fio e os "passantes" não têm possibilidade de fazer uma pernoita simples (aqui, como medida preventiva, poderia ser sugerido à autarquia que limite o período de estacionamento a 48 ou 72 horas no máximo).
Na bela praia fluvial das minas de São Domingos é muito provável que um dia floresça um dos sinais de proibição de estacionamento a AC; já uma vez alertei para o que ali se está a passar (e fui insultado por isso por um dos alarve-caravanistas que por aí andam). Também se poderia alertar a autarquia de Mértola para a necessidade de limitar o tempo de permanência (aqui até não me parece difícil pois, segundo constatei,  a GNR faz patrulhas no local várias vezes por dia).
Voltando ao Algarve: não me parece que haja grande coisa a fazer com excepção de tentar estabelecer uma diferenciação nítida entre quem quer ser autocaravanista e aquelas "lapas" que por lá andam a incrustar-se. Uma acção semelhante poderia ser efectuada em relação a Castro Marim e a São Domingos. Como preventivo. Senão, qualquer dia, só mesmo nos parques de campismo  (em sardinhadas do CPA?).
Pessoalmente, julgo que esta acção foi catalisada pelos proprietários dos PC : tristes senhores! Os auto-campistas que agora vão ser escorraçados (se o forem) não irão lá por isso cair nos braços desses senhores. Vão poluir outros ares e começo a temer pelo Algarve interior e pelo Alentejo."
Com isto quero dizer que não considero de qualquer utilidade a contestação das disposições que os autarcas estão a tomar (embora aceite que pode ser ilegal, inconstitucional e outras "juridices" do género); mas se vamos por esse lado vamos passar muito tempo a discutir e, entretanto os sinais de proibição estão lá e bem lá e as coimas vão passar a ser cobradas. Não será possível ter acesso aos autarcas e explicar-lhes que devem separar o trigo do joio e que não se deixem ir na conversa dos senhores da Orbitur (entre outros) porque os autocaravanistas que expulsarem dos estacionamentos de Portimão, de Alvor ou de Tavira de certeza que não vão entrar nos parques de campismo. Mas o que vão, com certeza, é deixar de fazer compras no comércio local. E este vai ressentir-se.
  

Sem comentários:

Enviar um comentário