sábado, 13 de junho de 2009

Haddock chegou à Bélgica

Palavras para quê: é Avignon a Cidade dos Papas!
É uma cidade carregada de história que a industria do turismo aproveita da melhor maneira.
Começámos por visitar o Palais des Papes com utilização de um audioguia. Trata-se de um edificio imponente com os seus 15000 m2. É uma pena que, como em todos os edificios de caracter religioso, a Revolução Francesa tenha passado por lá, mutilando tudo o que, de longe ou de perto, pudesse ter algo a ver com a religião. Depois de, definitivamente, os legados pontificios terem abandonado a cidade, o Palácio esteve ao abandono servindo mais tarde de caserna militar. Foi com grande labor que os responsáveis da cultura o tentaram depois recuperar para poder ser mostrado e dar uma pálida ideia do que já foi. Mas a imaginação do visitante tem que trabalhar muito.
Visitou-se também a magnifica Catedral dos Doms onde se encontra sepultado o Papa João XXI (sepultado é uma maneira de dizer pois, como não podia deixar de ser, a Revolução Francesa passou por lá, os tumulos estão actualmente vazios e a pequena história refere que os revolucionários jogaram à bola com o crâneo do Papa).
As visitas da cidade com guia historiador são uma mais-valia: a grande História, as pequenas histórias, os monumentos descritos por quem os conhece perfeitamente fazem olhar a cidade com olhos mais informados.

O 1 de Junho, segunda feira de Pentecostes, é dia de feriado rigoroso em França. Estava programada a visita de Carpentras, onde contávamos pernoitar. Encontrámos com facilidade a AS AC, estacionámos e saímos para visitar a cidade. Forte desilusão; recepção nula do ponto de vista turistico, cidade sem atractivos, suja, deprimida sendo a pouca população presente de origem magrebina. Total ausência visivel de autoridades e um sentimento difuso de insegurança. A visita durou uma hora e ficámos felizes por encontrar a AC sã e salva.
Como tudo se encontrava encerrado por todo o lado recolhemos ao PC “Mont Ventoux” em Mazan para pernoitar: local simpático, onde éramos os únicos portugueses entre os outros 49 holandeses. O Mont Ventoux está à vista.
O próximo destino no programa era Vaison la Romaine. De Mazan a Vaison o Tonto indica 22 km; vamos, no entanto, fazer 70 porque nos parece bem ir ao “assalto” do Mont Ventoux que temos visto apenas nas etapes da volta à França em bicicleta. As paisagens são impressionantes como impressionantes são a ascensão e a descida, esta feita em segunda e com paragem a meio porque os travões começaram a cheirar a chamusco.
Um português no Mont ventoux.
De notar a beleza da estrada de Mazan por Mormoiron, Bédoin e Malaucène. Em quase todas as vilas é mostrado, bem em evidência, o sinal de AS para AC. Utilizámos a de Malaucène, perfeita na sua simplicidade, sem equipamentos sofisticados, mas com tudo o que é necessário; e grátis e sem limitações de permanência e perto do centro da vila e perto da Gendarmerie. Ah estes franceses e o seu sentido de negócio: eles sabem as vantagens comerciais que lhes trazem os autocaravanistas que pernoitam nas suas vilas. Lá chegámos a Vaison la Romaine e encontrámos completo o PC que tinhamos em vista, pela sua proximidade ao centro histórico, o “Théatre Romain”. O proprietário sugeriu-nos então a AS municipal “Le Colombier”, para a qual nos dirigimos e onde nos instalámos.

Esta AS com capacidade para cerca de 30 AC está idealmente situada para a visita à cidade, entre vinhas e um agradável bairro residencial. Tem todos os serviços necessários com simplicidade e sem equipamentos esotéricos. Não há limites de permanência e o empregado municipal passa diáriamente às 19 horas para cobrar os 6 € de taxa.
Vaison é:
-Romana- expõe a céu aberto 15 hectares de vestigios que nos dão uma ideia do seu explendor passado.
-Medieval- Depois de passar a Ponte Romana (que resistiu valentememte às catastróficas inundações do Ouvèze em 1992) começamos a subida para a cidade medieval com as suas encantadoras casas admirávelmente conservadas e adaptadas.































-Cristã- local de culto notável a Catedral de Nª Sª de Nazaré e o seu claustro são belos exemplos do românico provençal.
O museu do Puymin conserva peças romanas genuinas, notáveis para quem se interessa por aquela civilização.

















A 4 de Junho deixámos Vaison e, sempre guiados pelo Tonto evitando AEs, seguimos por Nyons, Gap, Grenoble até Aix les Bains. A estrada escolhida embora bastante sinuosa e trabalhosa é de excepcional beleza. Instalámo-nos no PC do Sierroz bem à beira do Lago do Bourget. Aix é uma cidade termal, com o seu cachet “antiquado” de que é exemplo o edificio do Casino.

Conserva também alguns vestigios romanos, entre eles o Arco de Campanus:























Desde que deixámos Vaison temos tido connosco uma companheira fiel: a chuva, acompanhada de temperaturas bastante baixas. Dado que o PC era caro e sem atractivos especiais e que não está tempo que convide a fazer autocaravanismo itinerante fomos à procura de um PC para passar o fim de semana que nos desse algum acolhimento com qualidade. Optámos pelo “La Plaine Tonique”, em Montrevel en Bresse, com as suas instalações enormes, com parcelas de 150 m2, com um lago privativo (em que démos um passeio de barco a motor).
Infelizmente não está equipado com WiFii (como a maioria dos parques em França não estão).Passàmos o dia 7 de Junho, dia de eleições para o PE, sem Internet e com uma cobertura da antena de televisão muito fraca. Enfim, pelo telefone, lá nos foi comunicado o “fumo branco” chegado dos lados de casa.
Dia 8 e continua a chover; continuamos a nossa ascenção para Norte por Lons le Saunier, Besançon e Belfort. Atravessamos os departamentos do Jura, Doubs e Haute Sâone. Fomos pernoitar no PC “Les Mimosas” em Cernay.
A 9 continuámos por Épinal, Toul, St. Dizier e Châlons en Champagne e fomos pernoitar numa quinta de criação de caracóis (no quadro da France Passion, http://www.france-passion.com/) em Bouzy. Chegada, visita guiada das instalações, “degustação” e pernoita.























Depois de uma noite calma entre os “caracóis” rumámos a Reims e fomo-nos instalar na AS e pernoita para AC do Centre International de Séjour, situado quase no centro da cidade. Todos os serviços, grátis, permanência autorizada de 48 horas. O local está além do mais no meio de um belo parque ajardinado. E partimos para a visita à célebre catedral e ao Museu do Tau. Em cada um dos monumentos optámos por fazer uma visita guiada e, em seguida, fazer a expedição fotográfica. Os olhos ficaram cheios de beleza.

Pernoita em Reims com a chuva a tamborilar no tecto da AC.
Pela manhã, fizémos serviço e rumámos a Buzancy para o PC “La Samaritaine” onde pernoitámos. PC quase perfeito pela sua localização e instalações.
A 12 de Junho fizémos mais uma experiência France Passion; estacionámos e pernoitámos numa quinta en Maisoncelles et Villers (15 km ao Sul de Sedan). Ao almoço foi-nos servido um almoço da quinta. Ah! os ovos com verdadeiro sabor e os belos crepes feitos à nossa frente e acompanhados com compotas caseiras.

Hoje dia 13, dia de Sto António chegámos finalmente à Bélgica. Começámos por revisitar a Abadia de Orval, adquirir as indispensáveis cervejas trapistas e almoçar no "Ange Gardien".

Rumámos em seguida para Virton, PC Colline du Rabais donde, na segunda feira 15 sairemos para Bruxelas, onde se termina esta primeira parte da nossa viagem.

1 comentário:

  1. Viva
    que excelente relato e que boas fotografias...fica-se sempre a espera de mais e mais...
    Bons votoode continuação da viagem tranquila e proveitosa como ate aqui!
    Decarvalho

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