À ESPERA DO CAI

A nossa última mensagem deixou-nos na Ilha de Oleron. Depois disso iniciámos a nossa lenta descida para Sul, tendo sido abandonados pelo bom tempo. Em St. Jean de Luz, onde pernoitámos, fomos mesmo alvo de um temporal de vento e chuva que fazia abanar violentamente a autocaravana. Prosseguimos a nossa viagem com escalas em Valladolid e em Cáceres. Entrámos em Portugal por Marvão e, para matar saudades da comida portuguesa, fomos almoçar a Castelo de Vide ao D. Pedro V (boa relação qualidade preço e serviço simpático).
Como sabem a 18 de Março deste ano foi inaugurada, pela C.M. de Castelo de Vide e na presença do CAI, uma AS junto à Barragem de Póvoa e Meadas. Temíamos ir encontrá-la ao abandono ou vandalizada. Nada disso, felizmente.

Aqui vamos pernoitar na companhia de mais sete autocaravanas, 2 portuguesas, 1 belga e 5 francesas. Todas as instalações se encontram em perfeito estado de conservação e limpeza. Belo local para uma pernoita descansada.
Por aqui vamos ficar a "vadiar" pelo Alentejo até ao encontro do CAI em Elvas.

DE ILHA EM ILHA

Cá continuamos a nossa viagem por terras de França. Uma das regiões de que gostamos muito é o pedaço de costa entre La Rochelle e Bordéus.

Quase anualmente não deixamos de visitar a Ilha de Oleron onde nos encontramos actualmente.

Este ano fomos conhecer a Ille de Ré de que também ficámos "fans" e de que aqui vos deixamos algumas imagens especialmente da sua parte mais a Norte junto ao farol "des Baleines".

MARAIS POITEVIN - COULON

O conjunto que constituem o "Marais Poitevin" e a Baía de l'Aiguillon, junto à Île de Ré, relíquia de um muito antigo golfo marinho estende-se por cerca de 100.000 hectares. O espaço abandonado pelo oceano foi a pouco e pouco sendo preenchido por sedimentos formando os "marais" secos e deixando alguns espaços húmidos. Destes, uma parte, é conhecida por "Veneza Verde".

Por "dica" do nosso amigo De Carvalho viemos em boa hora até Coulon, bem no coração da "Veneza Verde".  Simpática vila, essencialmente turística, de que aqui vos deixamos algumas imagens.

E já agora uma adivinha: o que é e qual a principal utilização desta planta?

SAUMUR

Saumur encontrava-se no nosso programa para, por um lado, visitar o seu Castelo e, por outro, para servir como base para conhecer a Abadia de Fontevraud que nos despertava a curiosidade há já algum tempo.

Aqui vos deixamos algumas imagens de Saumur e do seu Castelo.

A Abadia de Fontevraud. Em 1101 Robert d'Arbrissel monge pregador funda no vale da Fonte d'Evraud uma comunidade dupla com maioria de mulheres. De 1189 a 1204 torna-se necrópole real, abrigando os monumentos mortuários de Henri II Plantagenet, de Ricardo Coração de Leão. Entretanto a Revolução Francesa passou por lá, o monumento é vendido e tem destinos vários entre eles o de prisão.
Sendo actualmente monumento nacional recebeu fortes remodelações que, na nossa opinião, o desfiguraram um pouco. Algumas imagens.

Ficámos instalados no Parque de campismo da île d'Offard, muito perto do centro da cidade.

NO MEIO DAS VINHAS

Saídos de Burgos fomo-nos instalar perto de Saint Jean de Luz na praia de Erromardie. Por aqui ainda se consegue não carregar a costa com prédios, condominios e outras construções estapafúrdias. As habitações que existem enquadram-se perfeitamente na beleza agreste desta costa basca. Belas praias um pouco “selvagens”.

Em seguida, pelas pequenas estradas das Landes, fomos até Biscarrosse; desta vez a instalação foi em Navarrosse junto ao grande lago Norte.

A etapa seguinte foi em Saint Emilion que já há algum tempo queriamos conhecer. Bonita vila mas que não deixou uma recordação inesquecível. Nas suas ruas acidentadas encontra-se “porta sim, porta não” um vendedor de vinhos (a porta não é um restaurante). A crise não chegou aqui: os menus nos restaurantes andam pelos 30 € por cabeça. Por outro lado nos grandes rótulos de vinhos encontrámos autênticas “pechinchas”, por exemplo, uma garrafa de Chateau Margaux de 1948 por 14.000 € (sim 14 e não, não era um automóvel, era UMA garrafa de vinho!). A seguir vos deixamos algumas imagens da vila.

A Colegial de Saint Emilion

Fomos depois instalarmos-nos em Rauzan, no parque do seu castelo. O castelo de Rauzan foi construído pela coroa inglesa no século XIII. A seguir à guerra dos Cem Anos foi restaurado em estilo gótico.

Do ponto de vista autocaravanista temos privilegiado as pernoitas em camping e temos encontrado coisas engraçadas: desde aquele que proporciona uma área de despejos que vai directamente para uma ribeira, ao que informa que a água na AS não está disponível e que para meter água é necessário dirigir-se à AS municipal próxima (gratuita), àquele que indica que as águas cinzentas devem ser despejadas no exterior directamente para a ribeira que passa próximo. É a primeira vez que encontramos este estado de coisas em França; não estávamos à espera que pudessem ainda existir. Mas enfim, as paisagens são belas e as pessoas, na generalidade, acolhedoras.